O retrato – gênero de pintura – pode ser concebido como uma representação imagética e simbólica que emoldura a individualidade. Vinculado a priori à Mimesis (imitação ou representação), o retrato (do latim retrahere, copiar) cumpriu o princípio de fidelidade naturalística, e, ao longo das etapas históricas, rompeu com esta tradição, assumindo o caráter interpretativo da arte contemporânea. Considerado entre as mais importantes expressões das artes visuais, o retrato é revelador de técnicas, escolas, movimentos e tendências artísticas.

Enredada por aspectos biográficos e pela fortuna crítica do poeta, a exposição Retratos de Murilo apresenta obras do gênero retratístico que testemunham, no recorte do século XX, a sua rede de sociabilidade, bem como revelam, subjetivamente, valores simbólicos do retratado e de sua personalidade. Por outro lado, confirmando a premissa de que nem mesmo a arte contemporânea foi capaz de abolir tal gênero, um grupo de artistas foi convidado a materializar, num exercício reflexivo, recentes olhares acerca do poeta.

Assim, caminhar por entre a mostra Retratos de Murilo significa não só ver o poeta retratado, mas, sobretudo, numa relação dialógica, ser observado pelo "olho armado" do poeta.

Ao realizar esta exposição, o Museu de Arte Murilo Mendes da Universidade Federal de Juiz de Fora celebra o 110º ano de nascimento do poeta, assim como possibilita aos seus visitantes e pesquisadores adentrarem em perspectivas labirínticas de estudo e fruição estética da obra muriliana.

Visitação:

De terça a sexta-feira, das 10h às 18h, sábados e domingos, das 13h às 18h.

Entrada franca